Se alguém me perguntar o que significa ser imigrante, eu diria que é um exercício diário de despretensão. Modéstia por ter que aprender as novas direções e endereços, precisar perguntar, se perder, aprender o novo idioma e, entre tantas outras coisas, pagar muito mico. Exatamente como uma criança, que começa no jardim de infância, ou quando muda de escola e necessita recomeçar.
Não é à toa que emigrar representa a reinvenção de si mesmo. E recriação denota inventividade, descoberta, coragem. Destemor para exercer o papel que está aprendendo, mesmo que tenha 30, 40, 80 anos. Mudou de país, tem que se recriar.
Eu diria que ser estrangeiro nos dias de hoje tem um fator desfavorável: como os partidos populistas têm apertado as ações contra esse grupo e as propagandas negativas se arrefecido, pertencer a essa comunidade pressupõe viver com o sentimento de que se te aceitam hoje, amanhã tudo pode ser diferente. Eu não vivo particularmente essa pressão, mas acredito que muitos conterrâneos passem por isso nesse momento em outros lugares do mundo. Mais um sentimento para se colocar na mochila da humildade – afinal, nem todos irão gostar de você e te aceitar com suas bizarrices de pessoa de outro parte do mundo.
Política à parte, ser estrangeiro é muito bom! Enriquece o ser humano, o faz questionar sobre seus hábitos e ainda oferece a possibilidade de escolha entre o antigo e o novo. Viver fora do seu país te permite melhorar, crescer e expandir os horizontes. Muitas vezes, o processo é muito sofrido, mas mesmo que seja para voltar ao local de origem, vale a pena experimentar, só para ter certeza de que as suas antigas convicções podem cair por terra.
Assim como os brasileiros que decidiram morar no exterior, eu também tinha um sonho: queria levar a mensagem da interculturalidade para o Brasil. Pois hoje, com muito orgulho, anuncio a minha integração ao time de colunistas do Jornal de Brasília e da rádio CBN. Assim como já faço como aconselhadora intercultural e como colunista para […]
Ontem foi dia de cozinhar e almoçar com os refugiados que vivem na Suíça. A atividade integra o projeto Cook & Eat Together, do Grupo Sem Fins Lucrativos Jazz. Eles organizam regularmente atividades voltadas para integrar os asilados à nova comunidade em que vivem. O convite é extensivo a todos, suíços e estrangeiros de todas […]